sexta-feira, 18 de março de 2011

Trabalhadores de Santo Antônio aderem à paralisação das obras

Após conflitos entre os trabalhadores da usina de Jirau, no Rio Madeira (RO), foi a vez dos funcionários da outra usina que está sendo construída no mesmo rio, Santo Antonio, começarem uma mobilização: na manhã desta sexta-feira (18) eles também abandonaram seus postos de trabalho e paralisaram as obras da usina hidrelétrica. Segundo os jornais regionais, os trabalhadores estão insatisfeitos com os salários.

Nesta quinta-feira (17), os funcionários de Jirau abandonaram os canteiros de obras. Eles incendiaram mais de 40 ônibus e destruíram parte dos alojamentos. No início da tarde desta sexta-feira voltaram a atear fogo em um acampamento do outro lado da margem do rio madeira.

Alguns trabalhadores de Jirau seguiram para a cidade de Ji Paraná, pela BR 364. Um ginásio foi improvisado como dormitório e local de alimentação para atender aos trabalhadores que chegaram à cidade. O trânsito nas imediações foi fechado e um forte esquema policial foi montado no local.

Há relatos de que alguns trabalhadores estão deixando Porto Velho e retornando para suas cidades de origens. Alguns perderam documentos como carteira de trabalho e identidade, durante os tumultos no canteiro de obras.

A empresa responsável pelas obras de Jirau, Camargo Côrrea, havia emitido uma nota alegando que "tudo estava tranquilo" e que as obras haviam sido "retomadas normalmente", mas após os novos protestos, emitiu uma nova nota afirmando que as obras de Jirau foram paralisadas.

Também afirmou na nota que os funcionários foram retirados "para garantir sua segurança" e que não é verdadeira a informação "de que há qualquer insatisfação ou reivindicação trabalhista no empreendimento".

A Força Nacional está no local e prenderam dois homens suspeitos de incendiar um alojamento.

Atingidos por barragem

O Movimento dos Atingidos por Barragens divulgaram uma nota sobre a revolta dos operários na Usina Hidrelétrica de Jirau. Eles afirmam que "os mais de 15 mil operários da obra estão em situação de superexploração, com salários extremamente baixos, longas jornadas e péssimas condições de trabalho, que existe epidemia de doenças dentro da usina e não existe atendimento adequado de saúde, que o transporte dos operários é de péssima qualidade, sofrem com a falta de segurança e que mais de 4.500 operários estão ameaçados de demissão."

Eles exigem "o fim da violação dos direitos humanos em barragens e esperamos que as reivindicações por melhores condições de trabalho e vida dos operários sejam atendidas".

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